O novo filme da dupla Olivier Nakache e Eric Toledaro, responsáveis em 2011 pelo estrondoso sucesso de “Intocáveis” – que bateu todos os números da bilheteria francesa (e com razão) – vem agora com “Samba”. A adaptação de um livro que conta a história de um senegalês que vive de pequenos trabalhos pela França atual, porém frequentemente metido em confusões acaba na seção de imigração, onde conhece a assistente social Alice. A empatia dos dois é imediata, uma vez que ambos possuem problemas pessoais e de esferas diferentes. Porém nem tudo são flores.
A ideia dos diretores franceses não é nova e tampouco original, porém o enfoque em buscar a felicidade dos imigrantes e as dificuldades de mercado de trabalho (juntamente com a xenofobia) sem parecer piegas ou pedante é um mérito. O sofrimento visto em outras produções como degradante ou até miserável, aqui não traz importado as mazelas dos países de onde são oriundos, mas sim a luta e a insistência em estar em um lugar onde há esperança. Por ínfima que seja. Porém há.
O ator Omar Sy é quem praticamente carrega o filme sobre os ombros, uma vez que os coadjuvantes pouco ajudam e fazem se parecer até os burocráticos ingleses. Destaque a parte fica por conta de Tahar Rahim que traz um pouco de graça a história, com seu drama paralelo de nacionalidade múltipla e desconhecida onde as vezes nem mesmo seu nome sabe ao certo…
O nome do filme não se justifica especificamente pela musicalidade, mas sim pelo nome do protagonista: “Samba Cissè” e pelo fato de o filme ser livremente inspirado no livro “Samba Pour La France”. Mas é claro que a trilha sonora acaba se confundindo com personagens e tornando-se uma espécie de cortina bem colocada nos episódios mais icônicos. A descontração fica por conta de Gilberto Gil, Tom Jobim, Djavan e Jorge Bem Jor (na época sem “Jor”).
Não podemos definir a obra como comédia, drama ou simples entretenimento. Mas sim como mais uma das muitas histórias do cotidiano europeu que diariamente acolhe e recebe gente de todos os países: como trabalhadores, como imigrantes, como turistas… como pessoas.