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Lady Bird: É Hora de Voar (2017)

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A arte de crescer não é nada fácil. E é justamente este o tema principal de “Lady Bird”, onde uma adolescente de classe média (Saoirse Ronan) tenta se adaptar ao meio onde vive passando pelas fases e dificuldades, dúvidas e escolhas típicas da idade. Mas o pássaro prestes a bater as asas e talvez voar, tenha um pouco mais a nos dizer neste singelo filme da atriz Greta Gerwig.

Apesar de ser o primeiro filme de Greta na direção, possui traços firmes de que não fez apenas um filme de adolescentes em crise de identidade, mas também mostra que pode ter maturidade para assumir novas responsabilidades a partir daqui. Ainda que “Lady Bird” não seja auto-biográfico, muito se tem da diretora: a mãe da protagonista é uma enfermeira, tal qual a mãe da diretora também é na vida real. Em entrevistas a diretora Greta comenta que sempre teve um comportamento completamente oposto a da atriz principal e que tinha comportamentos exemplares: talvez justamente aí possam estar todos, ou a grande maioria dos paradoxos.

Além da vida adolescente de “Lady Bird” McPherson, o foco traz à tona a difícil relação com sua mãe, que revela em meio a uma das discussões que não teve uma mãe com quem pudesse dialogar francamente. Porém justamente esta é a dificuldade: tentar a aproximação com alguém tão próxima e ao mesmo tempo tão distante, tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais.

Certamente “Lady Bird” bebeu em outras fontes, e de fato o espectador encontrará semelhança em outras obras. Mas com toda certeza em algum momento conseguirá se identificar (e talvez até se emocionar) com alguma passagem, e fará questão de se remeter a própria adolescência e questiona-la da mesma forma que Christine McPherson acaba por fazer. Quem nunca se arrependeu de algo, e apesar de ter voado um mundo inteiro, gostaria de voltar e fazer diferente? Talvez não melhor, mas diferente.

Definitivamente, como já falava e esbravejava o músico Belchior: “Ainda somos os mesmos, e vivemos como nossos pais…”

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