Pular para o conteúdo
Início » Era Uma Vez um Gênio (2022)

Era Uma Vez um Gênio (2022)

Author Rating / Nota do Autor:

De tanto em tanto tempo surgem desafios literários distintos e de fácil compreensão, mas de muito difícil explanação para um público que muitas vezes já não tem o habito de pensar, de receber tudo pronto e que não consegue ver. E se consegue ver, não consegue enxergar. As entrelinhas, o sarcasmo e a metáfora estão sempre incrustados nas grandes obras cinematográficas. E quando colocada nas mãos de um mestre como George Miller, corre o grande risco de se transformar em um clássico. Como uma releitura, “Era Uma Vez Um Gênio” busca explicar o já mostrado, e demonstrar como se faz explicar.

Estudiosa e solitária, Aletheia viaja para Istambul para mais um ciclo de palestras, e como num passe de mágica descobre um Gênio, que lhe oferece três desejos em troca de sua liberdade.

O cerco de metáforas e de simbologias usados em “Era Uma Vez Um Gênio” só é finito pelo fato de o filme ter um pouco mais do que uma hora e meia de duração. Desde o nome da protagonista (que vem do grego como “verdade absoluta”), passando pelas histórias de amor contadas pelo gênio interpretado brilhantemente por Idris Elba, jogando as cores em movimento em uma direção de arte impecável juntamente com a câmera inquieta sempre nos mostrando bem mais do que uma simples cena de cinema, e sim criando um mundo abstrato e ao mesmo tempo simbólico. Simbolismo este que tenta ser desvelado a todo o custo nos diálogos certeiros entre os personagens.

As idas e vindas do roteiro também tornam o filme mais dinâmico e nem um pouco pejorativo (coisa difícil nos dias de hoje). Alternando entre as histórias contadas e a busca por uma realidade que consiga elucidar nossa sede de entender o entretenimento, a película segue trazendo novas e novas inserções, quase imperceptíveis ao publico mais leigo. Isso sem mencionar diretamente a presença constante do cabalístico numero: três desejos, três histórias contadas, três chegadas e partidas, três séculos, e ainda o número do quarto onde Aletheia está hospedada: três três três…

O amor é o grande embate e o grande debate em toda a obra, buscando explicar o quase inalcançável sucesso de nossa vida efêmera. O que queremos da vida a não ser amar e ser amado? E o tempo inteiro este jogral nos é empurrado. E ainda assim, nem sempre conseguimos perceber que basta acender a pequena chama para que se incendeie e inflame a sua vida e daqueles a sua volta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.