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Robocop (2014)

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Como já dito anteriormente, determinados “remakes” não deveriam sair nem mesmo da prancheta do roteirista, uma vez que acabam por denegrir ou tirar o sentido da produção original. Porém, o “Robocop” de José Padilha é uma livre interpretação dos acontecimentos e desventuras do policial Alex Murphy (diga-se de passagem muito bem incorporado por Joel Kinnaman – conhecido pela adaptação americana do seriado escandinavo “The Killing”) que após um acidente é adaptado em uma máquina para combater o crime. Muito elogiável a ideia do diretor em citar os polêmicos “drones” na segurança americana em um momento em que as próximas votações do senado daquele país já estão dando voz ao assunto. Pós 11 de setembro qualquer tema que trate de segurança nacional é bilheteria garantida. Mas o filme vai bem além disso, ou de muitos tiroteios sem sentido. Em determinado momento são suprimidos de Murphy os sentimentos, o caráter, e algumas memórias para que o policial seja manipulável as vistas da sociedade que, incrédula encontra seu mais novo herói. Segundo Jose Padilha, “Robocop” está mais para Frankenstein do que para qualquer outro super-herói americano. Alex Murphy nunca quis ser o monstro/máquina para qual foi criado. Se quisesse um blockbuster qualquer, o diretor colocaria um ator conhecido de rosto bonitinho e muitas explosões, o que não é o caso do quase anti-herói feito pelo brazuca. A obra também é sensível na interpretação do ótimo Gary Oldman, que faz o mentor e médico responsável pela condução do projeto robô: em uma das cenas, um artista que teve sua mão amputada deve tocar violão com a prótese, quando reclama que não teria a sensibilidade de seus dedos. É imediatamente ajudado pelo cientista: a música vem do cérebro e do coração, enquanto os dedos apenas executam o que lhes é ordenado. Dentre outras tantas questões “Robocop” se faz um filme inteligente e bem feito, buscando esquecer o saudosismo oitentista de quem não tem certeza do que realmente é bom hoje em dia.

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