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A Melhor Oferta (2013)

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melhororf

 

 

A volta de Giuseppe Tornatore aos cinemas era esperada há bastante tempo. Após “Cinema Paradiso“, apenas escrevia roteiros, pequenas peças de teatro e projetos para outros diretores. Em “A Melhor Oferta” o italiano abusa do conhecimento técnico que possui aperfeiçoando com estudos visivelmente inspirados em outros diretores também consagrados (Kubrick, Wes Anderson, Coppolla, De Palma…) traz um filme instigante e que consegue prender o espectador do início ao fim. A história traz o leiloeiro Virgil Oldman (Geoffrey Rush), um ser solitário e  com visíveis transtornos e dificuldades de relacionamento com seres humanos, mas com uma admiração imensa por obras de arte, em especial de pinturas de mulheres. Entre um trabalho e outro, adquiri as obras ajudado por um amigo (Donald Sutherland) e aconselha-se com um ourives sobre relacionamentos, e dificuldades que possui dentro das questões sociais. Mas a trama impõe-se quando recebe a ligação de uma misteriosa cliente que nunca aparece: Claire. Ela possui também distúrbios sociais e está sempre trancafiada em um quarto da mansão, a qual resolvera vender todos objetos que nela possui. Porque Claire não sai de seu quarto? Porque não se relaciona com ninguém há anos? Porque a venda repentina de todos seus bens? Não é difícil perceber que logo ali existirá uma identificação entre os personagens (extremamente escassos) e que nem tudo é o que parece ser. Tornatore traz em sua baqueta a ordem dos enquadramentos corretos em horas chave, sem perder o ritmo em uma obra que poderia ser cansativa em pouco mais de duas horas. Mas não é. Outro grande acerto é a trilha sonora do sempre original Ennio Monricone, conhecidíssimo pelos grandes “westerns spaguetti” (e mais recentemente com “Bastardos Inglórios” e “Django”, de Quentin Tarantino) que traz um quase um clima de Hitchcock, pautando cada instante de incertezas em cenas marcantes. Sem contar com as locações, que internas trazem obras belíssimas e externas panorâmicas que fazem querer estar lá. Definitivamente não é o melhor filme de Rush, e também não é uma obra-prima de Tornatore, mas certamente um exemplar de como se faz cinema. O grande trunfo está no final que para alguns pode parecer até previsível, mas que não tira em momento algum a beleza do conjunto da obra.

 

 

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