Sempre que se lê ou se assiste as obras de Érico Veríssimo, é chover no molhado. O acerto é inevitável, ainda mais quando a estréia se coloca no vinte de setembro: data máxima no estado do Rio Grande do Sul. A história fascinante dos Terra Cambará é contada de forma bastante lúcida e clara, retratando a mescla de história e fantasia relatada pelo original do autor: ainda que fracionada somente no tomo Continente. Na obra de Jayme Monjardim, “O Tempo e o Vento” tem início, meio e fim: contada de forma bastante fidedigna agrada em cheio ao público local e chega a emocionar quem sai uma vez por anos de seu pago para assistir a uma obra bairrista. Mas fato é que o diretor não inova, ainda que acerte muito na iluminação e tenha a fotografia como seu ponto forte, a obra vai morosamente mostrando que em pouco diverge de outras grandes obras do cinema nacional. A atuação do ator Tiago Lacerda não é exagerada e acaba convencendo como o anti-herói Capitão Rodrigo (outrora também muito bem feito por Tarcísio Meira), bem como a sempre bem Fernanda Montenegro. O diretor também se apega a atores gaúchos para que o elenco ganhe força e também busca Tabajara Ruas (que é um excelente montador) para o roteiro, mas não tenho certeza de que o filme irá emplacar em nível nacional… só as bilheterias dirão. O único detalhe é que a obra não consegue se desgarrar no tom novelesco global…
Masters of Sex – Piloto
Série sobre “os pioneiros da ciência da sexualidade humana”, Masters of Sex parece interessante até agora. É estranho ver o excelente Michael Sheen (o Tony Blair de The Queen e The Special Relationship ou ainda o David Frost em Frost/Nixon) sem seu sotaque Britânico, mas á sem dúvida um dos melhores atores Ingleses da atualidade (na verdade ele nasceu em Wales, mas tudo bem). Lizzy Caplan também está muito bem, este pode ser o papel que sua carreira precisa.
The Crazy Ones – Piloto
Robin Williams já foi um dos atores de comédia que eu mais gosto, mas já faz muito tempo que não consigo assistir nada que tenha ele como protagonista, já que ele é sempre o mesmo. Como eu formado em publicidade resolvi dar uma chance a ele em The Crazy Ones, apenas para ficar desapontado. Pelo menos até agora, depois de assistir o piloto, ele continua sendo o mesmo de sempre. Sarah Michelle Gellar (Buffy) é outra que que não vai bem. Outras centenas de atrizes poderiam fazer melhor o papel dela, mas não é um papel que faça tanta diferença. Por outro lado, James Wolk (Mad Men) está muito bem, talvez tenha nascido para séries que retratam a Propaganda. E a série parece ter muita verba de marcas, pois no piloto o foco no McDonalds é um tanto quanto exagerado.
Oranges – A Filha do Meu Melhor Amigo (2011)
A Sorte em Suas Mãos (2012)
Elysium (2013)
São duas classes distintas: pobres que vivem em um submundo de drogas, altamente tatuados, proletários e operariado vivendo em uma cidade superpovoada sem direito a educação ou saúde e na maioria das vezes obrigados a trabalhar para prover a sobrevivência diária. Em outro patamar vive o dinheiro, a saúde imediata, empresários que podem pagar por suas monstruosas casas e um reino decente, cobertos por uma segurança eficiente e tendo assim os seus a seu alcance. Nenhuma novidade até aqui, uma vez que podemos simplesmente ficar na ponta dos pés e observar o que acontece do outro lado do muro. Nada além do que conhecemos. Porém o ano é 2154. Assim começa “Elysium“, o novo filme do diretor sul-africano Neill Blomkamp (que apareceu para os cinemas com “Distrito 9” e apadrinhado fortemente por Peter Jackson). O personagem central fica com Matt Damon que sofre um acidente letal e que resolve se revoltar contra o sistema em prol de uma vida única para ele e para os seus. A crítica social é fortíssima e de alguma forma você poderá se encontrar em algum personagem, ou ainda entender como o outro o vê. Mas não vamos muito além disso: a partir deste ponto nada muda muito do que conhecemos como filme de ficção científica. Fato é que temos a estréia excelente de Wagner Moura que desponta como uma espécie de coyote, tentando levar cidadãos a terra prometida, em troca de alguns favores e informações. A mídia internacional já alçou o ator brasileiro a astro (com justiça). Um filme que vale ser visto. Revisto. Com um olhar crítico se faz valer muito a pena.
Sleepy Hollow (2013)
O ator Inglês Tom Mison é Ichabod Crane, que veio da Inglaterra nos 1700 para ajudar George Washington em pessoa na revolução americana. O problema é que após cortar a cabeça de um inimigo bastante estranho, ele é ferido (pelo próprio inimigo em questão) e acorda 250 anos depois, em Sleepy Hollow, cidade com população de 144 mil. Acaba ficando parceiro de uma tenente local, Abbie (Nicole Beharie), para desvendar os mistérios daquele cavaleiro sem cabeça, que também acordou. A mulher de Crane, Katrina (a Suéca Katia Winter), está presa em um mundo entre mundos, pois é uma bruxa.
Depois do segundo episódio não senti ainda uma química entre os dois, mas Tom Mison está bem no papel. Parece ser uma série em que eles perseguirão um fenômeno diferente a cada episódio, com a história principal andando lentamente. Sem contar que Crane vai tentar liberar a amada esposa o tempo todo, e históricamente plots como esse acabam por se tornar cansativos.
Em geral, não gosto de séries em que cada episódio é uma coisa diferente. Exceto The Mentalist, claro.
Vamos esperar o melhor para a série.
We are Men
O jovem Carter (o não-tão-conhecido Chris Smith, Paranormal Activity 3) é abandonado no altar e vai morar em um “condomínio” de “apartamentos temporários” – que mais parece uma colônia de férias – e conhece Gil (Kal Penn, House, How I met your Mother), Frank (Tony Shalhoub, Monk) e Stuart (Jerry O’Connell, Stand by Me), três homens mais velhos com problemas similares: Gil foi pego traindo a mulher e acredita que ela voltará para ele; Frank já foi casado diversas vezes e Stuart depois de dois divórcios ainda está brigando pra manter algum de seus bens. Os três resolvem “adotar” Carter e ajudá-lo em sua nova vida.
O elenco é sensacional. Apesar de Smith não ter feito ainda muita coisa para que possa ser julgado como ator, os outros três parecem ter se entrosado muito bem e são homens completamente diferentes, mas a graça entre eles está em perfeita sintonia.
Claro que podemos esperar um romance entre Carter e Claire (Aya Cash), filha de Frank.
Back in the Game
Outra série média. Terry (Maggie Lawson, Psych) é ex-jogadora de softball que depois de um divórcio resolve voltar a morar com o pai, Terry “Canhão” (James Caan), levando junto seu filho Danny (Griffin Gluck). Danny se interessa por uma garota da escola que só namora jogadores de baseball e então decide jogar. O Canhão é doente por baseball mas o garoto é um fracasso e não é aceito no time da escola. Então Terry decide treinar o filho e outros garotos sem jeito para o esporte e pede ajuda ao pai, O Canhão, que foi um péssimo pai e ao que tudo indica é ainda pior como avô.
Todos os três estão muito bem em seus respectivos papéis, mas não acredito que o enredo vá prender muita gente.
Trophy Wife
Quando decidi assistir o Piloto não estava levando muita fé. Resolvi dar uma chance por ter Malin Akerman (Watchmen e o excelente The Bang Bang Club) e Bradley Whitford (The West Wing) nos papéis principais. Na verdade a Sueca Malin Akerman é uma atriz razoável, mas Bradley Whitford fez um grande trabalho em The West Wing, uma pena não ver ele em papéis importantes por aí.
Confesso que gostei do piloto. Na série, Kate (Akerman) é a terceira esposa de Pete (Whitford) que tem três filhos com duas esposas anteriores. A primeira esposa é uma médica muito racional, mãe dos dois mais velhos (um menino e uma menina) e a segunda uma hippie maluca, mãe do garoto mais novo. Kate é bem mais nova mas se apaixonou por Pete e de certa forma por sua família. As ex-mulheres estão presentes no dia-a-dia do casal.
É preciso esperar pelos próximos episódios para saber melhor se será mais uma série média ou fará algum sucesso.
Gosto muito de Bert (Albert Tsai), o filho mais novo. Garoto bem engraçado.
Eu ri.